banner
Centro de notícias
Temos orgulho de ser uma empresa certificada ISO.

O uso de embalagens de papel avança no Brasil devido à demanda do varejo

Apr 26, 2024

O uso de embalagens de papel, como papelão ondulado, papelão e papelcartão, vem crescendo no Brasil nos últimos anos, principalmente devido à substituição de soluções plásticas por embalagens de papel, diz Gabriella Michelucci, presidente do conselho da Associação Brasileira de Embalagens de Papel (Empapel). , disse em entrevista à Fastmarkets, citando dados da Associação Brasileira de Embalagens (Abre).

Michelucci enfatizou que esta mudança, que começou a se tornar mais pronunciada em 2018, tem impactos e taxas de crescimento diferentes nos vários segmentos “dependendo da tecnologia existente que permite a substituição do material”.

Ela citou exemplos como sacolas de papel, copos, bandejas de alimentos e sacos de papel, afirmando que já são uma realidade, mas com espaço para avanços.

No caso da brasileira Suzano, maior produtora mundial de celulose branqueada de eucalipto (BEK), o setor varejista teve papel significativo ao quintuplicar as vendas de sua linha Greenbag, que produz papéis específicos para a confecção de sacolas duráveis ​​e fisicamente resistentes, em 2022 em comparação com 2021.

“Existem dois fatores fundamentais que impulsionam o consumo de sacolas de papel. O primeiro é o aumento da demanda da sociedade por produtos sustentáveis, e o outro é a chegada da Covid-19”, disse um porta-voz da Suzano à Fastmarkets. A empresa não divulgou a receita do segmento no período.

Segundo Michelucci, o setor retalhista é de facto um dos principais contribuintes para a substituição das soluções de plástico por papel, impulsionado pelo setor das bebidas, comida takeaway (entregas e on-the-go), alimentos processados ​​e e-commerce.

No setor de delivery, uma das principais plataformas do Brasil, o iFood, espera um crescimento de 20% no segmento de sacolas de papel em 2023 em comparação com 2022.

Sem fornecer projeções de valor específicas, Alexandre Lima, gerente de sustentabilidade do iFood, disse que o uso de sacolas de papel no delivery segue uma tendência global. Disse que a empresa tem um papel no desenvolvimento de boas soluções de embalagens a custos competitivos, promovendo a utilização de produtos de papel entre os seus parceiros.

Segundo Suzano, alguns hábitos de consumo foram consolidados durante a pandemia, e o delivery é um deles.

A empresa acrescentou que apesar do aumento da procura, existem desafios. O primeiro desafio é o custo, uma vez que as alternativas atuais, como as soluções plásticas, são mais baratas. O outro desafio está relacionado com a adaptabilidade da cadeia de abastecimento, uma vez que todas as máquinas estão hoje consolidadas para trabalhar com outros materiais.

Em 2022, o valor bruto da produção de embalagens no Brasil atingiu 123,2 bilhões de reais (US$ 25,66 bilhões), um aumento de 3,9% em relação a 2021, segundo estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV), encomendado pela Abre. O plástico é o material mais utilizado, presente em um terço das embalagens. As embalagens de metal e papelão ondulado representam, cada uma, cerca de 20% do market share.

Michelucci acredita que há “esforços maiores” dos proprietários das marcas para adotar soluções sustentáveis ​​e uma demanda crescente por esse movimento por parte dos consumidores. Ela afirmou que os consumidores estão exigindo que os fabricantes e varejistas façam alternativas cada vez mais sustentáveis.

Ela também mencionou que a questão dos plásticos descartáveis ​​é constantemente discutida, incluindo regulamentos adotados na UE para lidar com resíduos de embalagens que atualmente não são reciclados.

Alinhado a isso, Suzano destacou que o movimento no bloco europeu será ampliado para outras regiões e países no futuro. “Se ocorrer a consolidação, teremos uma força de lei que mudará fortemente este mercado”, disse o porta-voz.

Em relação aos produtores de materiais de embalagem, Michelucci disse que todos estão realizando pesquisas para garantir a circularidade das soluções de embalagens, bem como implementando medidas de logística reversa na cadeia produtiva.

“Materiais leves, inteligentes e resistentes [estão se preparando] para substituir as embalagens plásticas, junto com o setor de embalagens de papelão ondulado anunciando novas operações”, acrescentou.